sexta-feira, 24 de maio de 2019

DUCHAMP IRONIA

MONALISA DE BIGODES !!!!





Como em uma brincadeira de criança, Duchamp dessacraliza o maior ícone do Renascimento, a Mona Lisa (1503-1506) de Leonardo da Vinci, exposta no Museu do Louvre. Em 1919, desenha bigode e cavanhaque sobre um cartão postal da Gioconda, comprado na loja de presentes do museu. Intitula sua obra L.H.O.O.Q., que se lê foneticamente em francês: "elle a chaud au cul" ["ela tem a bunda quente"]. Criticando a supervalorização das reproduções de arte, não se contenta com apenas uma risada. Ao retirar os pelos da Mona Lisa em 1965 e apresentá-la sob o título L.H.O.O.Q., rassée [depilada], o artista brinca novamente.

A Mona Lisa de bigodes, de Marcel Duchamp (1887-1968), faz parte de uma retrospectiva sobre o dadaísmo, que acontece de 5 de outubro de 2005 a 9 de janeiro de 2006, no centro Pampidou, em Paris. Nascido em 1916, em Zurique, durante a Primeira Guerra Mundial, o movimento dadaísta negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como base um anarquismo niilista e o slogan "a destruição também é criação". Duchamp, um de seus grandes expoentes, fazia assim chamadas "interferências". Pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional.

Foi Duchamp, em parceria com Man Ray (1890-1976) – na qualidade de fotógrafo –, o primeiro artista a explorar o corpo como suporte para a arte:


- primeiro, em 1919, quando raspa seu cabelo e cria em seu couro cabeludo uma estrela cadente;
- depois, em 1921, quando realiza uma espécie de performance fotográfica, travestido de Rrose Sélavy, seu alter-ego feminino*.




Rrose Selavy - Feliz é a vida (livre tradução) Alter-Ego feminino de Marcel Duchamp
R (r) ose Sélavy pode ser a produção de arte mais provocativa atribuída a Marcel Duchamp, ele mesmo entre os artistas mais desafiadores dos períodos moderno e pós-moderno. Ela nos fala muito sobre o trabalho, a psicologia e as colaborações de Duchamp, bem como suas atitudes culturais mais amplas em relação a gênero, orientação sexual e etnia. O chamado alter-ego de Duchamp, Sélavy foi designado por ele como "nascido" em Nova York em 1920, e ela o serviu para o resto de sua vida como o repositório de seus trabalhos, atos e idéias mais ousados.


Rrose Selavy - Feliz é a vida (livre tradução) Alter-Ego feminino de Marcel Duchamp.



PARA SABER MAIS:
repositório
substantivo masculino
  1. 1.
    lugar onde se guarda, arquiva, coleciona alguma coisa.
  2. 2.
    POR METONÍMIA
    acumulação de objetos, informações etc.; coleção, inventário, repertório.

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