MONALISA DE BIGODES !!!!
Como em uma brincadeira de
criança, Duchamp dessacraliza o maior ícone do Renascimento, a Mona
Lisa (1503-1506) de Leonardo da Vinci, exposta no Museu do Louvre. Em
1919, desenha bigode e cavanhaque sobre um cartão postal da Gioconda, comprado na
loja de presentes do museu. Intitula sua obra L.H.O.O.Q., que se lê
foneticamente em francês: "elle a chaud au cul" ["ela tem a
bunda quente"]. Criticando a supervalorização das reproduções de arte, não
se contenta com apenas uma risada. Ao retirar os pelos da Mona Lisa em 1965 e
apresentá-la sob o título L.H.O.O.Q., rassée [depilada], o artista
brinca novamente.
A Mona Lisa de bigodes,
de Marcel Duchamp (1887-1968), faz parte de uma retrospectiva sobre o dadaísmo,
que acontece de 5 de outubro de 2005 a 9 de janeiro de 2006, no centro
Pampidou, em Paris. Nascido em 1916, em Zurique, durante a Primeira Guerra
Mundial, o movimento dadaísta negava todas as tradições sociais e artísticas,
tinha como base um anarquismo niilista e o slogan "a destruição também é criação".
Duchamp, um de seus grandes expoentes, fazia assim chamadas
"interferências". Pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar
seu desprezo pela arte tradicional.
Foi Duchamp, em parceria com Man
Ray (1890-1976) – na qualidade de fotógrafo –, o primeiro artista a explorar o
corpo como suporte para a arte:
- primeiro, em 1919, quando raspa
seu cabelo e cria em seu couro cabeludo uma estrela cadente;
- depois, em 1921, quando realiza
uma espécie de performance fotográfica, travestido de Rrose Sélavy, seu
alter-ego feminino*.
Rrose Selavy - Feliz é a vida
(livre tradução) Alter-Ego feminino de Marcel
Duchamp
R (r) ose Sélavy pode ser a
produção de arte mais provocativa atribuída a Marcel Duchamp, ele mesmo entre
os artistas mais desafiadores dos períodos moderno e pós-moderno. Ela nos
fala muito sobre o trabalho, a psicologia e as colaborações de Duchamp, bem como
suas atitudes culturais mais amplas em relação a gênero, orientação sexual e
etnia. O chamado alter-ego de Duchamp, Sélavy foi designado por ele como
"nascido" em Nova York em 1920, e ela o serviu para o resto de sua
vida como o repositório de seus trabalhos, atos e idéias mais ousados.
Rrose Selavy - Feliz é a vida (livre tradução) Alter-Ego feminino de Marcel Duchamp.
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00043249.2013.10791023
https://www.eba.ufmg.br/museologia/duchamp/index.html
PARA SABER MAIS:
repositório
substantivo masculino
-
1.
lugar onde se guarda, arquiva, coleciona alguma coisa.
-
2.
POR METONÍMIA
acumulação de objetos, informações etc.; coleção, inventário, repertório.
https://www.eba.ufmg.br/museologia/duchamp/index.html
repositório
substantivo masculino
- 1.lugar onde se guarda, arquiva, coleciona alguma coisa.
- 2.POR METONÍMIAacumulação de objetos, informações etc.; coleção, inventário, repertório.
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